quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Jornada Milionária




Chelsea 4 - Bordéus 0
Scolari consegue impor uma goleada ao Bordéus no seu jogo de estreia. Parece que Felipão está a chutar para canto os que mais desacreditavam das suas hipóteses.

Roma 1 - Cluj 2
Uma surpresa no Olimipco de Roma.

Panatinaikos 0 - Inter 2
Mancini e Adriano fizeram os golos. Ainda há muito trabalho pela frente até que este Inter fique totalmente calibrado. Adriano dá sinais de recuperação.

Werder Bremen 0 - Anorthosis 0
Outra surpresa.

Basileia 1 - Shakhtar 2

PSV 0 - Atlético 3
O Atlético de Madrid começa de forma avassaladora o inicio da sua participação na Liga dos Campeoões.

Marselha 1 - Liverpool 2

Barcelona 3 - Sporting 1
A equipa Portuguesa nunca foi capaz de discutir o resultado com o Barça. Apesar do alento causado pelo golo do Tonel, tudo não passou de um sonho. Em dados momentos do jogo, os jogadores leoninos pareciam aceitar a derrota.

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Notas soltas

- Quaresma, agora na estreia oficial, foi considerado o melhor em campo. Teve alguma felicidade no golo, mas o ciganito em Itália está com 'ganas'.

-Quem não está com 'ganas', segundo Quique Flores, é Oscar Cardozo, que por falta de aplicação foi privado de se treinar com a equipa.

-O Sporting entra hoje em Camp Nou com aspirações de aproveitar o mau momento dos catalães. Esperemos que o consiga fazer, tem este ano uma oportunidade excelente de se qualificar para a fase seguinte.

-Cristiano Ronaldo é mesmo o sucessor de Eusébio, como mito do futebol nacional. Outra característica que os assemelha é a falta de humildade. Quando se pergunta a Eusébio quem foi o melhor jogador do mundo, ele responde que foi ele. Quando lhe perguntaram se existe algum jogador Português capaz de chegar ao nível do Eusébio ele responde que não. Se perguntarem ao Ronaldo quem é o melhor do mundo, ele responmde, desde há dois anos para cá, que é ele.

-Num conceituado jornal italiano, surgiu a notícia que a Juventus tem Hulk referenciado e que é mais um jogador a seguir com atenção.

-Tanto tempo sem campeonato porquê? É normal que equipas portuguesas que se batam com equipas dos principais campeonatos, tenham dificuldades, dados os níveis físicos de ambas.

sábado, 13 de setembro de 2008

Aqui nasceu Portugal: Protocolos e Afins



Hoje em dia, parece que está na moda acordar protocolos de cooperação nas mais diversas áreas. No que diz respeito a questões de relações internacionais e política externa, por exemplo, o que seria das relações comerciais entre países sem esse tipo de acordos? Contudo, esta prática não é exclusiva dos corredores da Diplomacia. Em quase todos os sectores de uma economia dita moderna, esta prática é recorrente, pois muitas vezes acaba por ser a única maneira de algumas empresas, com menor índice de competitividade, sobreviverem à dura, e muitas vezes desleal, concorrência que enfrentam. Como é do conhecimento geral, o mundo do futebol não foge à regra.

Hoje em dia, são muitos os clubes que se associam entre si, normalmente num contexto regional ou nacional, com vista à potenciação do seu crescimento de forma mais sustentada, sem correr tantos riscos como correriam se estivessem por si sós. É normal ouvir-se falar de protocolos ao nível da formação de jogadores, por exemplo. O Clube A possui uma "escolinha" de futebol que costuma até formar uns jogadores com potencial. Contudo, as dificuldades económicas são imensas e o clube, com receitas escassas, não consegue suportar as despesas do dia-a-dia. Surge então a ideia de se associar ao Clube B, mais rico, poderoso e influente na sua região ou país. Rapidamente, o Clube A atribui ao Clube B o direito de opção sobre os supostos craques lá formados, a troco de uma verba que os permita enfrentar as despesas do dia-a-dia, de um qualquer jogador emprestado, ou então, como aconteceu aquando da transferência de Tiago Targino para Guimarães, de umas bolas ou outro equipamento desportivo. Passadas duas ou três épocas, o jogador que o Clube B emprestou ao Clube A já regressou à procedência há muito, sem que o Clube A visse qualquer compensação pelo facto de ter valorizado o jogador. Os jogadores enviados do Clube A para o Clube B valorizaram imenso, pelo facto de terem enorme margem de progressão e são vendidos por balúrdios a um qualquer clube estrangeiro. O Clube B paga os respectivos direitos de formação ao Clube A (uma pechincha, quando comparada com a verba pela qual o jogador foi vendido), metendo ao bolso uma "pipa de massa".
Moral da História: o Clube A continua a ter dificuldades financeiras, pois a escassez das receitas continua a não permitir investimento, logo, a única escapatória consiste em continuar o acordo celebrado com o Clube B. Este, por seu lado, continua a abastecer-se de jovens talentos por uma pechincha no Clube A , sendo que, por força da sua maior visibilidade, continua a vender esses jovens, à posteriori, a clubes estrangeiros, por mais umas "pipas de massa". O Clube B continua rico e grande, enquanto que o Clube A continua pequeno e pobre, completamente dependente do suposto "bom samaritanismo" do Clube B.
Normalmente, e salvo raríssimas excepções, são estes os moldes dos protocolos e afins entre clubes que coabitam no mesmo "espaço competitivo". Obviamente que o crescimento do Clube A não serve os interesses do Clube B, pois acabaria com as ditas "pechinchas em sentido único" que exemplifiquei há pouco. Melhor dizendo, um Clube grande nunca se alia a um do mesmo nível, pois os seus interesses acabam por se esbarrar, invariavelmente. Por outro lado, estimular uma relação destas com um clube menor traz os seus frutos, e de que maneira. O Clube grande acaba por controlar o crescimento do clube mais pequeno, acabando por nunca permitir que os interesses dos mais humildes se sobreponham aos seus.

Peço desculpa por me ter alongado nos parágrafos anteriores, a sério! Contudo, esta exposição era estritamente necessária para que a maioria das pessoas compreendesse o alcance da maioria destes protocolos.

Depois de um defeso atribulado, no qual o nome do Vitória andou constantemente "colado" ao do Benfica por questões de secretaria que são do conhecimento geral, foi anunciado pelo Sr. Emílio Macedo da Silva, Presidente do Vitória, o estabelecimento de um Protocolo entre estas duas instituições.
Na altura de tal anúncio, verificou-se a transferência de dois jogadores dos quadros do Benfica para o Vitória de Guimarães. Luís Filipe seria emprestado por uma época e Nuno Assis assinava um contrato definitivo com o nosso clube, sendo que certos rumores apontam para o facto de o Benfica continuar a pagar os seus ordenados (ou uma percentagem deles), durante um certo e determinado período de tempo. Até aqui, tudo bem….
Contudo, e antes que nós, sócios do Vitória Sport Club tivéssemos conhecimento do conteúdo do acordo, verifica-se a saída de um dos mais promissores jovens das nossas camadas jovens directamente para a equipa congénere do Benfica. Tendo em conta que o protocolo é recente, parto do princípio que o jovem Cafú será apenas o primeiro de muitos miúdos a ter como destino aquele estádio da segunda circular, enquanto que o Vitória continuará a receber cá por empréstimo uns "jogadorzecos" do clube do milhafre. Quem sabe se, num futuro próximo, não será o Vitória a próxima paragem de um qualquer Binya ou outro cêpo do género?

Tudo isto serve apenas para transmitir um pequeno recado à direcção do nosso clube. Enquanto a direcção do Vitória Sport Clube não se mostrar predisposta a esclarecer os sócios, de uma vez por todas, quanto à natureza deste acordo, irá estar a dar cobertura a toda e qualquer especulação que surja em torno deste assunto.
Antes de mais, nenhum acordo deste género deveria ser celebrado sem dar conhecimento aos sócios ou sem aferir sobre a sua opinião no que concerne a este assunto. Com esta postura silenciosa, como quem teme a crítica, a direcção do Vitória está a sonegar aos seus sócios informações preciosas quanto ao rumo que os destinos do clube estão a ter. Hoje em dia, os sócios do Vitória não sabem de que maneira é que o clube está a crescer, nem sabem, pelo menos pela boca da direcção, qual é a estratégia que existe para assegurar a continuidade do crescimento sustentado do clube. Para quem se dizia adepto da "transparência" e paladino da "honestidade", não é este, concerteza o caminho a tomar.

Não quero com isto dizer que Vitória não se deva relacionar com outros clubes. Bem pelo contrário, pois disso dependerá o nosso futuro crescimento. Agora, para nos relacionarmos com alguém, convém escolher criteriosamente os nossos possíveis parceiros.
Sou manifestamente favorável a parcerias com clubes do concelho ou da região, por forma a estimular não só o crescimento do Vitória no seu contexto regional, mas também de maneira a estimular o crescimento de outros clubes, muitas vezes órfãos de apoios. Nesses casos, além de poder vir a ser o maior clube da região, o Vitória poderia também exercer o importante papel de dinamizador e estimulador do crescimento dos outros. Bem vistas as coisas, todos ficariam a ganhar. Já para não falar do facto de existir, no nosso concelho e região, toda uma tradição de bons jogadores de futebol.
Por outro lado, seria também viável o estabelecimento de acordos deste género com outros clubes de outros países. Nesse cenário, o Vitória teria todas as condições de se tornar numa boa plataforma para jovens jogadores oriundos de outras realidades europeias, em busca de um clube aliciante para ajudar a projectar a sua carreira. Perguntar-me-ão os leitores então, porquê aceitar acordos destes com clubes estrangeiros e não com algum dos ditos três grandes de Portugal? A resposta é simples. O crescimento dos clubes estrangeiros nunca chocará de frente com o nosso crescimento. O Vitória não partilha o mesmo campeonato, logo, o nosso crescimento não constitui uma ameaça para eles. Para Benfica, Porto e Sporting, o Vitória é, e sempre será, uma enorme ameaça.

Enquanto o nosso clube mantiver estas posturas de subserviência perante aqueles que, na verdade, nos temem, veremos sempre o nosso próprio crescimento ameaçado.

Cabe à direcção do Vitória fornecer aos sócios um esclarecimento cabal sobre esta matéria.
Cabe-lhes também fazer algo para inverter esta situação em tempo útil, antes que seja tarde demais.

Manuel Aspinall

in www.vitoria1922.com
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http://www.vitoria1922.com/

Aos olhos da águia: Uma mentira repetida muitas vezes



Nos últimos tempos tem sido comum encontrar espalhada pela blogosfera uma redonda e persistente mentira, segundo a qual o Benfica seria um clube conotado com o antigo regime ou protegido pelo mesmo.
Em cerca de trinta anos de adepto de futebol nunca tinha ouvido tal coisa, e foi preciso aparecerem uns iluminados, fanatizados e instrumentalizados por um certo poder, para ver lançada no ar essa atoarda, como se se tratasse da mais cristalina das evidências.
A afirmação é tão absurda que não mereceria mais que o silêncio. Mas ainda assim, não gostaria de perder a oportunidade de deixar aqui algumas notas, para que os mais novos não se deixem enganar, e a partir das quais se pode ver o ridículo em que caem aqueles que, por fraqueza de espírito, ingenuidade ou ignorância, se deixam manipular e fanatizar por quem deles se serve e assim perpetua um poder bem mais absoluto do que devia, e para o qual a ética e a justiça estão, não na ponta da espingarda como diria Mao-Tse-Tung, mas sim numa qualquer comemoração triunfante na Alameda das Antas. Vejamos:
1 - Será o menos importante, mas para começar, a cor vermelha diz bastante. Salazar, que nem sequer gostava de futebol, nunca patrocinaria um clube com as cores da sua figadal inimiga União Soviética. A comunicação social até foi forçada a utilizar a palavra "encarnados" para descrever o Benfica, de modo a não conjugar "vermelhos" com "vencedores", o que poderia ser dramático para o regime. Ao contrário do Real Madrid – que usava cores queridas aos falangistas de Franco -, o Benfica usava as cores da revolta. Diria até que, por exemplo, o azul e o branco ficariam esteticamente bem melhor com toda a simbologia salazarista.
2 - O Estado Novo teve início em 1926 e começou a desintegrar-se em 1961 com as crises estudantis e a guerra colonial. Pois foi precisamente na fase decadente do antigo regime que o Benfica emergiu como força dominante do desporto português.
Nos primeiros vinte e cinco campeonatos nacionais (entre 1934 e 1959, ou seja o período mais relevante do Salazarismo), a lista de vencedores é encabeçada pelo Sporting com 10 títulos, seguindo-se o Benfica com 9, o F.C.Porto com 5 e o Belenenses com 1. O Benfica tinha portanto vencido 36 % dos campeonatos – em 2008 tem 42%...
3 - O 25 de Abril foi, como todos sabem, em 1974. Pois nas três épocas seguintes o Benfica foi tri-campeão !. Nos vinte anos a seguir à revolução o clube da Luz, não parecendo sentir nada o fim da ditadura, venceu 10 campeonatos, 7 taças, e foi a 3 finais europeias. No mesmo período o F.C.Porto conquistou 8 campeonatos, 5 taças e foi a 2 finais europeias. O Sporting venceu 2 campeonatos e 2 taças.
A crise benfiquista, e a consequente hegemonia portista, deu-se apenas devido às sucessivas má gestões de Jorge de Brito (neste caso mais de quem o acompanhava), e sobretudo, Manuel Damásio e Vale e Azevedo que, paralelamente a outros aspectos, abriram campo aos triunfos portistas das últimas decadas.
4 - Por falar em presidentes, o Benfica foi ao longo da sua história, e enquanto durou o regime anterior, quase sempre presidido por ilustres oposicionistas. Félix Bermudes foi perseguido pela PIDE, e no consolado de Tamagnini Barbosa o clube chegou a correr o risco de ser encerrado pelo governo por alegadamente estar tomado por "conspiradores". Um outro presidente (Júlio Ribeiro da Costa) teve mesmo de se demitir para que o clube não fosse mais penalizado pelo regime, dada a sua forte conotação política com a oposição. O Benfica chegou a ter um presidente operário (Manuel Afonso, também, naturalmente, oposicionista), e foi, de longe, o clube desportivo que mais problemas criou a Salazar, como de resto seria de esperar numa agremiação tão marcadamente popular desde a sua fundação.
5 - Os órgãos sociais do Benfica sempre foram eleitos democraticamente, o que por diversas vezes foi alvo do olhar recriminador da PIDE, que acompanhou os actos eleitorais e assembleias-gerais bem de perto. Durante muitos anos foi o Benfica a única das grandes instituições do país onde o poder era escolhido através de voto livre e democrático. Nem o Jornal do clube escapou à perseguição, sobretudo quando tinha à sua frente José Magalhães Godinho.
6 - Os poderes públicos apoiavam tanto os "encarnados" que em 1956 escolheram o Sporting – por convite - para participar na primeira edição da Taça dos Campeões Europeus, apesar do campeão da época anterior ter sido o Benfica.
7 - O Estádio das Antas, construído com fortíssima ajuda do regime, e financiado por gente a ele ligada, foi inaugurado num dia 28 de Maio, data em que Gomes da Costa havia partido do norte em direcção a Lisboa para instalar a ditadura em Portugal, 26 anos antes. Curiosamente, o Benfica estragou a festa e venceu por…2-8 !!
Pelo contrário, o Estádio da Luz foi construído (muitas vezes literalmente) pelos sócios do Benfica, sem recurso a quaisquer subsídios, e permitiu ao clube acabar com os sucessivos despejos a que foi sujeito e a que foi estoicamente resistindo. Curiosamente, o estádio que o Benfica utilizava antes tinha sido arrendado pelo Sporting (clube da aristocracia lisboeta), que então lhe chamava Estádio 28 de Maio. O Benfica não só fez questão de o inaugurar num dia 5 de Outubro, como lhe mudou o nome, designando-o apenas por "Campo Grande".
8 - No início dos anos quarenta, época dourada de Salazar, o F.C.Porto beneficiou da ajuda dos seus influentes homens do poder para, através de dois cirúrgicos alargamentos, evitar cair para a segunda divisão, após se ter classificado em terceiro lugar no seu campeonato regional, que na altura apurava as equipas (os dois primeiros) para a prova nacional. Mal se sabia que, décadas e décadas depois, seria novamente a sua influência a evitar a descida, agora por motivos bem diferentes, e bem mais nebulosos.

9 - Como referiu Manuel Alegre – insuspeito de salazarismo – os relatos dos jogos do Benfica, e as suas vitórias, eram motivo de grande regozijo entre os exilados políticos. O Benfica era mesmo, para alguns deles, o único motivo de orgulho no seu país.
10 - O Benfica foi campeão europeu com jogadores que faziam parte dos movimentos de libertação das colónias, como Santana e Coluna. Obviamente que Salazar não teve alternativa senão engolir o sapo e colar-se ao êxito do clube, aproveitando-se dele para efeitos políticos.
11 - Nas comemorações da vitória aliada na segunda guerra mundial, toleradas por Salazar apenas por receio de represálias dos vencedores – sobretudo a tradicional aliada Inglaterra – viram-se nas ruas bandeiras de França, dos Estados Unidos, de Inglaterra e…do Benfica, estas naturalmente substituindo as da URSS, e utilizadas por oposicionistas comunistas.
12 – O hino do Benfica ("Ser Benfiquista") cantado por Luís Piçarra não é o original do clube. O primeiro hino, composto por Félix Bermudes, chamava-se "Avante Benfica" e foi silenciado pelo regime.
13 – O Estádio da Luz passou 17 anos, desde a sua fundação, sem ser utilizado pela selecção nacional. Só já nos anos setenta se disputou o primeiro jogo de Portugal num estádio benfiquista. Nunca se jogou a final da taça na Luz ou em qualquer outro estádio utilizado pelo Benfica, ao contrário do que aconteceu nas Antas, onde o F.C.Porto disputou (em casa) nada menos que três finais, antes e depois do 25 de Abril.
14 - O primeiro grande escândalo de arbitragem na história do futebol português valeu um título ao F.C.Porto. Estávamos em 1939, no auge da ditadura salazarista, e no jogo decisivo os "vermelhos" viram um golo anulado nos últimos instantes, que valeria a vitória e o título. Também a história Calabote (que foi irradiado) está mal contada – e em breve poderei falar dela -, e de resto redundou num outro título para o F.C.Porto, que aliás já na altura demonstrava uma propensão enorme para se envolver em questões desta natureza.
15 – Ao longo dos anos do regime ditatorial, as situações em que os poderes públicos e federativos prejudicaram o Benfica administrativamente sucederam-se. Uma das mais conhecidas foi a não autorização para adiar o jogo da Taça de Portugal frente ao V.Setúbal, marcado para o dia seguinte à final de Amsterdão em 1962. Mas houve outras, como a marcação da repetição de um jogo para três dias antes da tal jornada de Calabote, obrigando o Benfica a um desgaste adicional que lhe poderá ter custado o título.
16 – Nunca em tempo algum o Benfica teve um seu sócio, ou mesmo adepto, como presidente de organismos ligados à arbitragem do futebol. O F.C.Porto é o que se sabe, e o Sporting também não se pode queixar pois tem agora lá um "emblema de ouro".
17 - O Benfica conquistou mais títulos nacionais nas modalidades extra-futebol em democracia (57), do que em ditadura (44). Ao contrário, por exemplo, do F.C.Porto, que à excepção do caso específico do hóquei em patins, tem mais títulos antes da revolução de Abril do que depois (25 antes -19 depois).
18 - O Benfica tem entre os seus adeptos gente de todos os estratos sociais e sectores políticos. Mas convenhamos que Álvaro Cunhal, José Saramago, Xanana Gusmão, António Guterres, Jerónimo de Sousa, António Vitorino de Almeida, Artur Semedo, Manuel Alegre, Miguel Portas e muitas outras figuras da esquerda portuguesa, simpatize-se mais ou menos com elas, nunca seriam seguramente adeptos de um clube de algum modo relacionado com o regime fascista.
19 – É curioso que o Benfica, tendo adeptos espalhados pelo país e pelo mundo, tem maior expressividade precisamente nas zonas mais conhecidas pelo seu combate ao fascismo, ou seja Alentejo – onde a percentagem de benfiquistas é absolutamente esmagadora - e cintura industrial de Lisboa, nomeadamente a margem sul do Tejo. Pelo contrário, o F.C.Porto tem a grande maioria dos seus adeptos concentrados na região norte, pouco conhecida pelo combate democrático – pode ser injusto para muitos dizê-lo, mas a verdade é que a maioria dos agentes da PIDE eram nortenhos, e a maioria dos detidos eram provenientes justamente das zonas onde existe maior expressão do benfiquismo.
Nos anos quentes da reforma agrária, no pós-revolução, sei de pessoal das UCP's alentejanas que se organizava em excursões para os jogos internacionais do Benfica.
20 – Seria interessante também fazer a contabilidade dos adeptos e sócios do Benfica nas ex-colónias.Como seria possível haver tantos benfiquistas, por exemplo, em Angola e Moçambique, se o clube tivesse alguma conotação com o regime que durante anos lhes negou a independência e lhes deu a guerra ?

Post retirado de: http://vedetadabola.blogspot.com/

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Ouro sobre Azul: O Presente de Mourinho

Em Portugal há dois tipos de Clubes: os que tem notícias para dar aos seus adeptos e aqueles que passam a maior parte do Tempo a arranjar desculpas para os seus maus resultados. Ora o FC Porto, bem ou mal tem sempre noticias para dar e em vez de andar a perder Tempo com agressões e sumaríssimos eis que o Dragão naquele que se pode dizer que foi um negócio razoável vende um Quaresma que já estava contrariado e além do € traz um Pelé que é um jovem Médio Defensivo Português que jogava no Inter depois de uma passagem discreta por Benfica e Guimarães.

E que dizer deste Jogador? Será o reforço que vem substituir o “fugido” Paulo Assunção? Terá lugar nesta equipa onde um Meireles cada vez mais cresce de forma e vem sendo uma pedra vital no onze de Jesualdo Ferreira?

A meu ver, para se poder afirmar que Pelé é um bom jogador há que dar tempo para que o jogador mostre algo, pois não nos esqueçamos que em Portugal este jogador teve uma passagem muito discreta, apesar de ter sido dos melhores na escandalosa participação de Portugal no Mundial de Sub 19 realizado no Canadá e há mais 4 factores que a meu ver fazem com que eu olhe para este novo reforço com muita cautela e pena:

1º- O maior dos problemas é que o “Mestre” Jesualdo não aposta em jogadores jovens, por muito conceituados que estes sejam e não me parece que Pelé seja diferente, e para piorar o cenário, não creio que Jesualdo vá optar por Pelé em detrimento de Guarin e Tomás Costa;

2º- O caso Raul Meireles. Eu deixei que esta minha Crónica atrase um dia de propósito para que todos os que assistiram aos Jogos de Portugal Sub 21 e a selecção Principal de Portugal pudessem ver os dois jogadores em acção e que até jogaram na mesma posição e analisando o desempenho de ambos concluo que Meireles esteve muito melhor que Pelé tanto a recuperar e a organizar jogos e a rematar as segundas bolas que sobravam dos cortes da defesa Dimarquesa;

3º- Quando Pele chegou já estava no Plantel Portista um jovem jogador que no ano passado esteve a rodar no Estrela da Amadora de nome Fernando e que faz a mesma posição que Pele e isto para não falar no admirador de McDonalds Mário Bollati;

4º- Todos nós sabemos que Mourinho tem um certo faro para jovens craques e faz com que apareça um estrela donde muitos outros não conseguem, mas este grande Treinador só faz isto quando acha que o Jogador vale mesmo a pena e tem potencial para ser explorado. Ora se Mourinho deixou que o jovem Pelé saísse em troca de Quaresma e não pôs grandes entraves nesta troca é porque achou que não valia a pena perder tempo com este jogador porque não evoluirá muito mais. È de desconfiar e para aqueles que dirão que Quaresma também chegou ao FC Porto da mesma forma fica um aviso: Mourinho não estava no Barcelona nesta altura e se estivesse nunca teria deixado que Quaresma saísse assim.

Perante o exposto estou na convicção de que Pelé nunca passará de mais um no plantel Portista e acho que é excessivo dizer que está ali o sucessor de Paulo Assunção quando este está encontrado (Raul Meireles), mais a agravante de á frente de Pelé para a Titularidade já estar muita gente… Mas o Tempo pode mostrar muita coisa e eu posso estar enganado, mas o seu desempenho nos Sub 21 frente á Irlanda não me deixou assim muito entusiasmado com este jogador… Vamos aguardar…
Mística Azul e Branca

terça-feira, 9 de setembro de 2008

E como era prevísivel...

Após a queixa apresentada na liga de clubes, pelo Futebol Clube do Porto, contra o comportamento do presidente encarnado, que entrou na zona do balneário do árbitro após o clássico, quando este estava suspenso pela mesma entidade de desempenhar as suas funções, eis que o Benfica responde na mesma moeda e apresenta queixa contra Cristián Rodriguez, por este ter rasteirado Nuno Gomes, segundo é possível ver num vídeo capturado por uma câmara do clube. A guerra entre Benfica e Porto está bem acesa, mas será que os adeptos dos clubes não começam a ficar fartos?

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Notas soltas

-Portugal vence e convence. Queirós soluciona as fragilidades da equipa das quinas com jogadores que outrora não existiam na base de dados da FPF. Apesar da vitória, parece que as palavras de Queirós não são tão mediáticas como as de Felipão, parece que a euforia em torno da selecção para já esvaneceu (até na imprensa) para mal dos vendedores de bandeiras Portuguesas.

-Baía decidiu reacender a polémica com Scolari. Apesar de Baía se ter limitado a responder a um jornalista e apesar dos argumentos usados por Scolari para o afastamento do guarda-redes da selecção, parece-nos inoportuno o timming escolhido por Baía para voltar á carga. O afastamento de Ricardo das convocatórias de Queirós não pode ser um alento para Baía.

-Quaresma vive um conto de fadas, agora foi a estreia (ainda que não oficial) que lhe correu bem e mostrou argumentos para ser dono de uma das alas.

-Agora que Jesualdo encontrou um trinco, Fernando, chegou Pelé para baralhar as contas.

-Di Maria gosta tanto do seu clube que quer continuar até Dezembro de encarnado. Isto sim, é amor.

-Continua a guerra entre Porto e Benfica, com o FCP a apresentar uma queixa na liga por uma infracção de Vieira (dirigiu-se ao árbitro no balneário, quando estava suspenso). Será que se ganha alguma coisa com estas guerras? Pelo resto da Europa, existem clubes que são rivais mas sentam-se á mesa para negociar jogadores, isto podia benificiar ambas as equipas.

Leao da Estrela: Castigos da treta



Pinto da Costa está suspenso pela Liga e pelo Conselho de Justiça da Federação Portuguesa de Futebol, mas continua a pavonear o seu poder nas tribunas de honra dos estádios portugueses, seja em jogos da importância de uma Supertaça, seja em jogos da Liga, como aconteceu no último Braga-Sporting.
Luís Filipe Vieira também está suspenso pela Liga, mas, no último Benfica-Porto, para além de se ter sentado na tribuna de honra do Estádio da Luz, desceu ao balneário da equipa de arbitragem liderada por Jorge Sousa, alegadamente para pedir desculpa pela agressão de um barbudo disfarçado de diabo que vitimou um árbitro assistente. E o assalariado João Gabriel, que não conseguiu prevenir a ousadia de Vieira, vem agora dizer que "nunca foi intenção desrespeitar" a Comissão Disciplinar da Liga...
É caso para dizer que, no futebol português, o castigo de suspensão de funções de um dirigente é o mesmo que nada. São castigos da treta. Ou não estivéssemos também num País da treta…
No meio disto tudo, só tenho que elogiar a atitude de Filipe Soares Franco, que parece ter informado os clubes da I Liga que, quando se deslocar oficialmente aos estádios dos adversários do Sporting, não vai sentar-se nas tais tribunas de honra, preferindo ficar junto de dirigentes ou outros convidados do clube leonino. E digo mais: leve um cachecol e vibre com o Sporting, senhor presidente!

leaodaestrela.blogspot.com

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Senhor 40 milhões


Quaresma saiu por valores abaixo do esperado. 40 milhões era a cláusula de rescisão. A flexibilidade da SAD era curtíssima (Pinto da Costa ironizou a questão, dizendo que se faltasse 1 euro para atingir os 40 milhões, ele dava-o do bolso dele) e tudo fazia prever que o Porto iria conseguir fazer um encaixe financeiro record. Quaresma manifestou vontade de sair e com isso fragilizou a SAD azul e branca porque desde aí, publicamente, a vontade do jogador estava do lado de potenciais interessados. O tempo começou a rolar contra o FCPorto e secas as alternativas, a um dia do fecho do mercado, Porto e Inter chegaram a um entendimento que bem vistas as coisas foi bom para todas as partes. Inter conseguiu o concurso de um jogador muito útil a um preço interessante. Quaresma vê o seu sonho realizado. O Porto consegue Pelé a definitivo e um encaixe bastante razoável dada a vontade do jogador. Mesmo assim, o valor da transferência fica muito abaixo do esperado.

Se recuármos 4 anos no tempo e nos lembrarmos da transferência que levou Deco para o Barcelona (15M€ + Quaresma), iremos concluir que o luso-brasileiro é directamente responsável pela entrada de 15M€ nos cofres azuis e brancos e indirectamente responsável pela entrada de 18.6M€. Portanto, Anderson Luís de Souza esta ligado á entrada de 33.6M€ + Pelé e hipotéticamente 6M€ que dependem do desempenho do ciganito em Itália.
Deco é o verdadeiro senhor quarenta milhões.

Ensaio sobre a lucidez: Quique Flores II


"Fizemos mais que o suficiente para ganhar" Quique Flores 30-08-08

Na óptica da maioria das pessoas que viram o jogo, o Benfica não fez o suficiente para ganhar. O que realamente aconteceu foi: O Porto fez mais que o suficiente para ganhar e o Benfica fez o sufciciente para não perder.

Ensaio sobre a lucidez: Quique Flores



A propósito dos problemas físicos sentidos pela equipa do Benfica, em particular os casos de Reyes e Yebda, no clássico do passado sábado, Quique afirmou: "Estamos a fazer um futebol propício a este tipo de problemas físicos".
Mais inadmíssivel que a disponibilidade física apresentada pelos jogadores do Benfica, é a justificação do técnico, sobretudo na medida em que o futebol encarnado não é tão rápido e exigente quanto isso.

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Benfica x Porto: Os mais e os menos

MAIS
Lucho González: Este homem parece ainda em melhor forma que na época transacta. Sempre de cabeça levantada, em zonas interiores ou de finalização, Lucho surge sempre a marcar o ritmo do jogo da equipa das Antas. Marcou ainda de penalti o golo do Porto.

Rolando e Fernando: Lançados no onze titular para surpresa de muitos, estes jogadores do Porto estiveram em muito bom plano. Se Rolando faz lembrar Pepe, não menos verdade é, que Fernando foi um autêntico Paulo Assunção. Jovens com valor.

Cardozo: Apesar das dificuldades físicas, Cardozo marcou um golo e continua a justificar os elogios vindos do Paraguai.

Quim: Se o Porto tivesse um guarda redes com esta categoria, teria ganho o jogo com quase toda a certeza.

Benfica a jogar com 10: Apartir do momento em que Katsouranis foi expulso, o jogo teve total dominio do Porto, mas a atitude do Benfica, mesmo com condições físicas deficitárias, foi forte e segurou o empate até ao final.

Menos
Katsouranis: Expulsão infantil para o defesa central de qualidade que nele vêm (fez falta a força deste jogador no meio campo).

Helton: Um guarda redes tem de ser decisivo nos resultados da equipa. Helton das poucas vezes em que é, decide o jogo sim, mas a favor do adversário.

Preparação física do Benfica: Não se admite a fragilidade física dos atletas do Benfica, em inicio de temporada. Neste capitulo a equipa do Porto está muito mais bem trabalhada.

Jesualdo: Montou bem a equipa e realmente parou a força do meio campo do benfica. Mas numa altura em que devia preparar um massacre á defesa benfiquista, Jesualdo trocou médio por médio (Tomás por Guarín), não é quee não tenha acrescentado pulmão, mas Farías ficou no banco.